Eu sou minhas crises


O problema comigo é que eu vivo deixando de ser, vivo me perdendo e me remontando, isso me faz ser moldada de várias formas diferentes, várias vezes.
Se você quer ser meu amigo a dica é: paciência. Muita paciência. Porque aguentar minhas crises não tarefa fácil e pra qualquer um. Agradeço muito aos poucos que continuam do meu lado e me aturando até quando eu não me aguento, e olha que é assim com muita frequência. Mas é nessas minhas crises que eu vou conhecendo todos os meu lados e todos os meus limites.
Se não fosse justamente por essas tão malditas crises eu seria normal, e por Deus, ainda bem que eu sou assim, por nada gostaria de ser normal. Gosto de mudar e gosto de fazer isso o tempo todo, se apegar a mim é um risco, sou imprevisível e quase nunca penso duas vezes antes de fazer. Admiro e sempre vou admirar pessoas que mesmo me conhecendo assim se dispõem aos meus riscos. Acredito que seja por elas que eu ainda não larguei mais do que algumas poucas coisas diárias.
Adoro me perder em pensamentos e ir jogando tudo aqui, no papel ou na tela do meu notebook. Eu faço uma grande confusão de palavras, frases mal elaboradas e pensamentos muito vagos, mas essa sou eu, perdida dentro de mim mesma, sem nem conseguir seguir um rumo firme nos pensamentos. Deve ser só por isso que ainda não escrevi um livro... porque manter um único pensamento para mim pode ser uma coisa muito complicada.
Mas eu voltei a escrever, de novo eu sai da minha fossa de pensamentos apagados e reorganizei (lembrando que do meu jeito bagunçado) tudo no seu devido lugarzinho. É como se algo dentro de mim me falasse que eu me reencontrei... e poxa, que sensação maravilhosa de saber o que você quer, mesmo que eu saiba que só por alguns instantes, mas é nesses pequenos e raro momentos que eu sinto que to vivendo do jeito certo.
Quer saber? Minha vida não é nada como eu queria, é toda errada, toda fora dos meus planos, e eu sei que se eu voltasse no tempo e contasse tudo isso pra menininha que eu era a alguns ano atrás ela não acreditaria, ou no mínimo se esconderia mais ainda do mundo. Mas ainda bem que minha vida chegou até aqui, muitas vezes achei que não ia conseguir, então só tenho a dizer que todas as minhas crises me acrescentaram e nada é melhor do que se acrescentar e evoluir.
Com isso eu termino dizendo que eu sou todas as minhas crises, todas as minhas insanidades, mas principalmente tudo que eu tenho de bom, toda a minha capacidade.

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