Um amor verdadeiro, O final.


[...]
— Passei na sua casa, então me disseram que você havia saído sem falar nada.
— Sim, eu precisava pensar um pouco. Mas como sabia que eu estaria aqui?
— Acho que ainda sou seu melhor amigo, não é?
— É tem razão. O que queria me falar ontem no piquenique? 
— Não era nada, só uma maluquice que passou pela minha cabeça. Mas esqueça.
Não gostei daquilo queria que ele me contasse, mas não iria insistir, talvez fosse melhor não saber o que era. Mesmo isso me matando de curiosidade por dentro.

Ficamos mais algum tempo ali sentados um pouco sonhando, um pouco nada. Até que Diogo quebrou o silencio:
— Esse final de semana vai ter a festa de aniversário da cidade, vai ter um baile de gala a noite e queria saber se você não me acompanharia, o que acha?
— Claro, vai ser legal.
— Ótimo. — Vi um sorriso largo se abrir em seu rosto, retribui com um igual.

A semana passou rápido, e o dia do baile chegou. Eu estava extremamente empolgada... mesmo ainda estar tendo problemas com o vestido, que nem se quer eu ainda havia escolhido. Minha cama estava completamente coberta por roupas e eu estava a ponto de me desesperar quando ouço as batidas na porta do meu quarto:
— Quem é?
— A mamãe querida.
— Entre.
Logo que ela entrou vi em suas mão um caixa, linda inclusive. Ela me entregou a caixa e me falou:
— Bom querida, não sei se ele ainda está na moda, mas este foi o vestido que usei quando conheci seu pai. Se gostar pode ficar para você.
Eu abri a caixa e me ofusquei com tamanha elegância e esplendor do vestido. Ele era um bege rosado, lindo, de seda, a mais macia que eu já conhecera. Não sabia nem o que dizer a mamãe:
— É lindo. 
— Imaginei que gostaria. Venha, vou lhe ajudar a se arrumar.

O vestido me serviu como se tivesse sido feito para mim. Aquele dia ia ser especial, e já começou com a minha primeira herança de família. 
Logo ouvi a campainha tocar. Era ele, Diogo já havia chegado, meu coração parecia que iria saltar pela boca. Quando ia descendo as escadas notei um quadro, era mamãe e papai, ela usava o vestido, ela estava incrível, e quase me vi em um espelho, era o mesmo cabelo loiro cacheado, os mesmos olhos verdes, a mesma pele aveludada. Como eu nunca notara esse retrato ali? Fui interrompida por mamãe me apreçando. Assim que avistei Diogo que estava sentado no sofá da sala quase desmaiei, quando ele me viu se levantou, estava com uma caixinha na mão, devia ser a corsage. Ele me cumprimentou como um verdadeiro cavaleiro, colocou a corsage no meu pulso, e então falou:
 — Você vai ser a dama mais linda do baile.
Dei uma risada e falei:
— Claro que não, você está tentando puxar meu saco.
Ele deu um sorriso torto, daqueles que eu amava e disse:
— Eu falei a verdade. Mas vamos logo, se não vamos nos atrasar.
E fomos a para o carro.

Não havia reparado antes, mas Diogo estava magnifico, mais do que ele já costumava ser. Ele tinha o cabelo preto, da cor da noite mesmo, que ele costumava a arrumar de um jeito que eu sempre amei, os olhos do azul mais celestial e a pele branca como a neve, talvez um exagero, mas ele tinha a cor de pele mais incrível que eu já conheci. E mais, ele estava ainda mais lindo com aquele smokin.
Chegamos ao baile. O salão ficava perto do bosque, um lugar perfeito para um conto de fadas. Diogo fez questão de abrir a porta para mim, sim, ele é um cavaleiro, de verdade. Assim que entramos na festa lá estavam nossos amigos todos nos olhando com um ar de espanto, principalmente Pietra que nos encarava com uma cara de raiva, até aquele momento eu não havia entendido.

A primeira musica que tocou foi uma valsa, Digo me tirou para dançar. E assim que começamos a dançar nossos olhares se cruzaram e tudo parecia estar claro, todos os sentimentos, todos os pensamentos. Então Diogo resolveu quebrar o silencio daquele momento:
— Acho que agora é o momento para mim falar... — fomos interrompidos por Pietra, que chegou e me empurrou, me fazendo cair. Ela olhou para mim com raiva e falou:
— Sua falsa. Você sabia que eu amava o Diogo e então faz isso comigo?
— Pietra, eu não fiz nada. E você nunca me contou isso.
O salão todo já havia parado para olhar o que estava acontecendo. E Pietra insistia em continuar aquela discussão:
— Sabe Sophia, realmente você sempre foi a mais bonita, a mais inteligente, você é perfeita. Sempre teve tudo que nós não podíamos ter. E agora quer me tirar até o que era a unica coisa que eu tenho?  Não pode se contentar com qualquer outro?
Não entendi o que estava acontecendo, olhei para Diogo, ele estava assustado, com medo, sei lá, estranho. Então perguntei:
— O que você está falando Pietra?
— Horas ele não te contou? 
— Não. O que? 
— Vamos Diogo, fale para ela.
Eu me indignei com aquilo, estava com raiva, meu coração destruído, mas juntei minhas forças e falei:
— Me diga Diogo, o que é?
Ele olhou para baixo e de volta para mim:
— Eu e Pietra estávamos namorando, até... — Não deixei ele terminar de falar, me levantei, e sai correndo, esbarrei em quase todo mundo que estava no caminho. Sai chorando pela porta em direção ao bosque. Escutei Diogo vindo atrás de mim, mas foi impedido por Pietra que o segurou.

Era noite de lua cheia e estava claro, podia ver bem entre as árvores, achei a clareira e parei ali para observar a lua e chorar um pouco. Pensei em tudo, cada momento com Diogo, cada sorriso com ele, cada brincadeira, cada conversa. E senti isso tudo despedaçado, nesse momento tudo o que eu conhecia havia desmoronado. Cai de joelhos no chão, fechei os olhos e só deixei as lagrimas escorrerem. De repente senti alguém segurar nas minhas mãos. Abri os olhos e vi, era Diogo de joelhos na minha frente. 
— Me desculpa Sophia. Queria ter te contado.
— Claro que queria. Mas quando ia me contar?
— Aquele dia do piquenique.
— E por que a deixou?
— Porque não a amava, meu coração pertence a outra garota.
— Ótimo, mais uma coisa que ia me deixar para contar quando? — Agora sim eu estava destruída, ele amava outra garota.
— Ei ei. Calma Sophia. — Ele tapou a minha boca, em sinal de que queria falar. — Ia te contar também no dia do piquenique, mas fiquei com medo da sua reação, fui um cretino fazendo isso.
— É eu concordo... — novamente ele tapou minha boca, ele não tinha acabado.
—Vou te contar sobre a garota que amo. E na verdade nem sei como ela ainda não notou, eu faço tudo por ela. Ela é linda, a garota mais linda que eu conheço. E sabe o que mais?
— O que? — Eu já estava desolada, totalmente quebrada por dentro, mas ainda assim fui uma boa amiga.
— Eu dancei uma valsa com ela hoje, e foi incrível, foi mágico. E ela está aqui, e eu agora seguro as suas mãos e posso vela. Sophia eu te amo. — Eu estava sem palavras, fui arremessada do inferno para o paraíso, foi um choque para mim. Ele entendeu meu olhar, e se aproximou do meu rosto, e cochichou no meu ouvido:
— Como você nunca notou antes? — E me beijou. Naquele momento eu podia sentir que as fadas estavam ali, e tocaram as nossas cabeças com suas varinhas. E aquele momento seria eternizado pelo testemunho da lua e as estrelas.
— Eu também te amo Diogo. 
— Pra sempre?
— Pra sempre.

E assim nos continuamos o resto de nossas vidas, cumprindo as palavras ditas naquela noite. 

Fim!

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